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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Funk ou Fuck?


O dia não escurece, já que é prematuro o sonho e não entra em mim.  as horas são dias e os dias se vão transformando em meses,  por fim anos e anos com cheiro a mofo. Alguém me chama velho e dizem que a minha sabedoria faz relembrar a sabedoria dos antigos e que para nada serve. Tentei errar, mas foi em vão, pois as letras as da minha infância se tornaram límpidas, tal como as folhas outono caiem das arvore.
Sonhos impossíveis eis um erro, impossível o que é realmente impossível?  

O dia repete se enquanto a minha alma viaja na direção do que se diz ser impossível. Tento despertar ao meio do sonho e vou descobrindo que este sonho nada mais é do que tudo aquilo que me é real. Existência é iniciar uma frase com letra maiúscula, devo me rir ou manter a minha alma fechada a sete chaves?  Devo interrogar ou devo manter a minha mente entre o trem de uma linha imaginaria?

Enfim se morrer que ira no meu enterro ou vai chorar por mim? Terei eu tempo para me despedir de alguém, ou irei só a mais alta montanha que o meu corpo poder suportar?

Segunda-feira de um dia qualquer, de um mês qualquer, de um ano repetitivo, agora não existe mais o fim de todas as coisas, mundo eterno á que a maldade no coração dos homens é vulgar. Matar é vulgar, violar os direitos humanos é vulgar, roubar é vulgar, mentir é vulgar, enfim... Tudo é vulgar. A humanidade tornou se tão vulgar, eu mesmo me entrego à vulgaridade, afinal todo mundo diz que já estou velho. Um velho de 40 anos que mal pode sorrir, afinal a vida só me trousse sabedoria, mas a sabedoria é também vulgar. 

A vida de cada um de nós atualmente é tão vulgar que chega a ser tão mal aproveitada quando lemos algum trecho de um livro. Que importância tem a sabedoria ou que proveito tiramos dela no tempo atual?
A musica, os filmes e as festas de hoje são tão vulgares que ouvir Mozart o ler Kafka é um crime.  Afinal de contas quem foram eles? Que importa. Nada mais importa os humanos perderam o sentido da vida, afinal a vida é tão vulgar.

Quantas pessoas vão ler este texto?

Devo rir ou chorar, devo ignorar ou manter-me a distancia? Estarei eu assim tão velho ao ponto de achar que eu mesmo estou a ser tão vulgar com as palavras? Fico em silencio e por mais que procure algo construtivo encontro apenas o ruído do dia que vai entrando, funk ou Fuck?

Talvez dentro de cinquenta anos paremos para pensar o quanto a humanidade estava a tentar sobreviver num mundo em que a ignorância e vulgaridade era tão comum na entrada do século 21.
Deste modo a minha sabedoria se é que a tenho? Pode ser interpretada como uma coisa vulgar, pois como posso eu dizer a um jovem algo se esse mesmo jovem acha que a sabedoria não tem proveito nenhum e de quem é culpa em face de isto?

Começo a compreender que tudo isto é nada mais que uma transição que nós humanos em si, já deveríamos estar habituados.  Um dia no futuro, alguém poderá dizer como nós humanos conseguimos chegar aqui?
Talvez nós os velhos em que as nossas palavras são tomadas hoje como vulgares, tenham um só proposito, que é o de salvar o pouco que nos resta da civilização humana.
A humanidade que levou tanto tempo para aqui chegar, a humanidade que esperou tanto tempo para se compreender, entrou atualmente pelo caminho da vulgaridade, nada faz sentido e o que realmente parece fazer sentido é enfim aos olhos dos de mais é vulgar.

Miguel Westerberg - segunda-feira 22/04/2013 – Carapicuíba – SP - BR 

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